Dezessete anos após o lançamento do último medicamento para
emagrecer no País, chega às farmácias brasileiras nos próximos dias, o Saxenda,
medicamento injetável indicado para tratar a obesidade em pessoas com Índice de
Massa Corporal (IMC) acima de 30.
A informação foi adiantada pela presidente da Associação
Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso), Cintia
Cercato, e confirmada pelo fabricante, o laboratório Novo Nordisk, que fará o
lançamento oficial do produto em meados de setembro.
Desde 1999, quando foi lançado o orlistat, mais conhecido como
Xenical, a indústria farmacêutica não apresentava um novo produto ao
controverso mercado de emagrecedores.
Aprovado em março deste ano pela Anvisa, o Saxenda é uma nova
versão do Victoza, lançado no País em 2010 para tratar a diabetes e que vinha
sendo amplamente utilizado para combater a obesidade, apesar de não ser
aprovado para esse fim.
O princípio ativo de ambos é a liraglutida, que imita um hormônio
produzido naturalmente pelo organismo responsável pela saciedade.
Estudos clínicos mostraram que é possível perder até 10% do peso
corporal usando o produto, desde que associado a uma reeducação alimentar e
atividades físicas.
Entre os efeitos colaterais mais comuns estão náusea e enjoo, e
entre os raros, pancreatite.
A presidente da Abeso, Cintia Cercato, afirma que a chegada do
Saxenda “é uma opção” para ajudar principalmente as pessoas que estão obesas em
um mercado carente de medicamentos desde a intervenção da Anvisa, em 2011. “É
importante, porém, deixar claro que não ele é indicado para aqueles que querem
perder alguns quilos apenas”, alerta.
A endocrinologista esclarece ainda que não adianta esperar
milagre. “A obesidade precisa de mais pesquisa, mais medicamentos. E as pessoas
têm que ter em mente que para emagrecer não vai ter um alimento milagroso, nem
a dieta milagrosa, mas um conjunto de coisas, como atividade física, mudança de
estilo de vida e na alimentação”, diz.